Projeto e Critérios Executivos de
Pavimentos Industriais de Concreto Armado
Observamos no Brasil, a partir da década de 1990 um expressivo aumento nas exigências de
qualidade dos pisos industriais, inclusive relativos a projeto.
Costumava-se dimensionar os pavimentos industriais com base somente nos critérios da PCA.
A grande popularidade desse método deve-se à ênfase que a ABCP deu a ele, que se populari-
zou com os trabalhos divulgados em simpósios
(Pitta & Carvalho, 1986)
e cursos promovidos
por aquela entidade.
A partir de 1995 começam a surgir novas tendências de dimensionamento, agora vindas da
Europa
(The Concrete Society, 1994)
, com o ressurgimento dos trabalhos de
Lösberg e
Mayerhof
, em contraponto aos preceitos dos americanos
Westergard (Westergard, 1927)
,
Pickett, Ray (Pickett e Ray, 1950)
e
Packard (Packard, 1976)
, este com contribuições mais
afeitas ao pavimento industrial.
Os fatores que diferem as duas escolas - a européia e a norte-americana - residem fundamental-
mente no fato da primeira focar pavimentos reforçados, cujos métodos consideram o comporta-
mento plástico dos materiais na ruptura, como os que empregam telas soldadas, fibras de alto
módulo ou protensão, enquanto a americana trabalha essencialmente com concreto simples.
A diferença entre as estruturas dos dois pavimentos é acentuada: os critérios americanos pro-
duzem placas de elevada rigidez e de pequenas dimensões já os procedimentos europeus, con-
duzem a pavimentos esbeltos e placas de grandes dimensões, sendo deles a concepção do pavi-
mento tipo Jointless, que emprega placas com mais de 500 m
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.
Nota-se que nos últimos dez anos o Brasil vem trilhando o caminho inequívoco da escola européia
e o grande avanço das técnicas de dimensionamento dos pavimentos estruturalmente armados
(Rodrigues, 1996 e Rodrigues & Pitta, 1998)
contribuíram para selar essa tendência.
Início da pavimentação rígida
O trabalho desenvolvido por
Westergard (Westergard, 1926)
teve uma contribuição imensa para
a criação das bases teóricas do dimensionamento de placas apoiadas em meio elástico, embora
o conceito de fundação em líquido denso seja anterior a esse período.
Westergard
é citado em praticamente todos os trabalhos atuais e suas equações básicas são
ainda muito utilizadas. Elas fornecem a tensão gerada na placa quando é aplicada uma carga P em
uma área de contato circular com raio a, para carregamentos posicionados no interior da placa -
comumente designada como carga central - na borda e no canto; nestes dois casos, considera-
DIMENSIONAMENTO
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5.1 Introdução
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1...,40,41,42,43,44,45,46,47,48,49 51,52,53,54,55,56,57,58,59,60,...101