Instituto Brasileiro de Telas Soldadas
Conforme já mencionado no capítulo anterior, o sucesso dos pisos está fortemente associado
ao trinômio, projeto, materiais e execução, só que muitas vezes, a deficiência relativa aos mate-
riais acaba sendo encoberta e até erroneamente imputada à execução.
Entretanto, a observação mais atenciosa de defeitos em pavimentos industriais pode levar à
conclusão de que boa parte dos problemas encontrados está relacionada à escolha inadequada
do tipo do concreto, seus constituintes e da sua execução. Neste capítulo, procuraremos ana-
lisar com maior profundidade as características que devem ser levadas em consideração na
escolha do concreto.
Embora já exista consenso de que a qualidade e desempenho do concreto deva ser exaustiva-
mente pesquisada e detalhada, ainda encontramos especificações descuidadas empregando
concretos de baixo desempenho, como aqueles com resistência característica de 15 MPa ou 18
MPa, notadamente em garagens e estacionamentos, onde na grande maioria das vezes a
atenção ao pavimento acaba sendo posta de lado.
Nestes casos, de saída pode-se identificar um grave problema: as baixas resistências mecâni-
cas do concreto irão levar a um desgaste superficial excessivo, fazendo com que o piso solte
partículas e apresente aspecto empoeirado. Mesmo quando empregamos revestimentos com-
plementares, como cerâmica ou revestimentos monolíticos, é necessário que haja um valor
mínimo de resistência para que haja uma boa ancoragem.
O exposto evidencia a importância da escolha do concreto; quando não é possível contar com a
assessoria de especialista, deve-se analisar principalmente os seguintes parâmetros: resistência
à compressão e à tração na flexão, resistência ao desgaste, exsudação e retração hidráulica.
4.2 - Resistência do Concreto
Embora não seja o único parâmetro de medida, a resistência do concreto é largamente emprega-
da para avaliar ou definir o seu desempenho, empregando-se freqüentemente a resistência à com-
pressão, que é mais fácil e menos dispendiosa de se medir. Outros parâmetros como o módulo
de elasticidade, resistência a abrasão, condutibilidade, etc, podem ser avaliados pela resistência.
No caso do piso com armadura distribuída, a resistência irá determinar a espessura do concre-
to, a rigidez, a qualidade superficial, e também, indiretamente, irá influenciar as e deformações
da placa, como o empenamento. A resistência do concreto deve ser dosada na medida certa,
pois quanto excessivamente elevada, acaba conduzindo a maiores módulos de elasticidade e
menor fluência na tração. A placa de concreto precisa acomodar uma série de deformações,
quer de origem térmica como hidráulica e quando é muito rígida acaba tendo baixa relaxação
diminuindo a capacidade do concreto em absorver movimentações e dissipar tensões.
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CONCRETO
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4.1 - Introdução
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