Projeto e Critérios Executivos de
Pavimentos Industriais de Concreto Armado
No Brasil, hoje, encontram-se normalizados cinco tipos de cimento portland, dependendo do tipo e do
teor de adição, denominados CP-I a CP-V. O primeiro, correspondia ao antigo cimento Portland comum,
hoje não mais produzido, sendo que o CP-I tem limitada a suas adições praticamente ao gesso.
O CP-II, é um cimento composto, isto é, na sua composição, além do clinquer portland, são agre-
gadas - além do gesso - adições ativas como a escória de alto forno
1
(CPII-E), pozolana
2
(CP-II Z) e
filer calcário (CP-II F).
Os cimentos CP-III e CP-IV correspondem aos antigos cimentos portland de alto forno e pozolânico
e diferem do CP-II E e CP-II Z pelo teor das adições. Finalmente, o CP-V é um cimento que tem como
principal característica a alta resistência inicial, podendo também ser encontrado na forma CP-V RS,
que apresenta resistência aos sulfatos pela incorporação da escória de alto forno.
As classes - níveis de resistência - podem ser 25, 32 e 40, que correspondem ao mínimo da resistência
em MPa aos 28 dias de idade, exceto para o CP-V
3
. Na prática, a classe 25 não é mais produzida e a
tendência - com o aprimoramento do processo produtivo - será de existir apenas a classe 40.
Na
figua 3.1
são apresentadas as características físicas dos cinco tipos de cimentos
(ABCP, 1994)
.
Nos últimos anos têm aparecido algumas patologias, como a delaminação superficial
(figura 3.2)
e
alguns tipos específicos fissuras que são creditadas ao cimento
(Suprenant & Malisch, 1998)
e podem
ser relativas às adições. No Brasil têm-se observado este mesmo problema em obras que se empre-
garam cimentos com elevado teor de escória de alto forno, embora isto não seja uma regra.
Os cimentos com adições têm como ponto negativo o tempo de pega mais longo, sendo desfa-
voráveis quanto ao acabamento e ao maior intervalo em que a exsudação pode ocorrer, aumentan-
do a problabilidade da ocorrência de fissuras plásticas, que acontecem na fase inicial do endureci-
mento do concreto, quando este ainda se encontra no estado plástico. Para os cimentos de classe
40, observa-se uma reversão positiva nesse quadro.
3.2 - Cimento
MATERIAIS
03
Os materiais empregados na confecção dos pavimentos industriais apresentam algumas peculiari-
dades que muitas vezes diferem daqueles empregados na construção convencional e é preciso co-
nhecê-las para que se tenha um bom produto final. O sucesso de um pavimento industrial, está inti-
mamente apoiado no tripé: projeto, execução e materiais.
Neste capítulo iremos tratar dos insumos que compõe a placa de concreto e os relativos ao trata-
mento das juntas, já que aqueles empregados na fundação já foram tratados nos capítulos prece-
dentes. O concreto, devido a sua importância, será tratado em capítulo à parte.
3.1 – Introdução
30
1
A escória granulada de alto forno é um sub-produto da fabricação do aço e apresenta composição química similar ao clinquer, porém na forma
vítrea, sendo considerados cimentos latentes, cuja ativação ocorre pela presença do hidróxido de cálcio liberado na hidratação do cimento portland.
2
Materiais pozolânicos são aqueles que por si só não possuem propriedade cimentíceas, mas que são capazes de se combinar com o hidróxido de
cálcio, formando compostos similares ao do cimento portland hidratado
3
As classes 25, 32 e 40 não se aplicam ao cimento CP-V, embora seu nível de resistência final ultrapasse a classe 40.
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