Projeto e Critérios Executivos de
Pavimentos Industriais de Concreto Armado
3.3 - Agregados
Os agregados representam em média cerca de 70% da composição do concreto e isso é um indica-
tivo da importância que eles representam nas suas propriedades.
Inicialmente, imaginava-se que eram inertes, mas hoje sabemos que alguns tipos podem reagir com
o cimento, algumas vezes de maneira favorável, melhorando, por exemplo, a aderência com a
matriz de pasta, outras de modo deletério, como as reações do tipo álcali-agregado ou álcali-car-
bonato, que produzem géis expansivos, capazes de destruir a estrutura do concreto. Felizmente,
para os pisos, a ocorrência dessas reações exigem algumas condições específicas, como presença
constante de água, nem sempre observadas.
O emprego dos agregados na fabricação do concreto pode ser resumida em três motivos básicos:
a - a óbvia redução de custos, já que esses materiais são bem mais baratos que o cimento portland;
b - contribuir para a o aumento da capacidade estrutural e do módulo de elasticidade do concreto e
c - controlar as variações volumétricas, principalmente às advindas da retração hidráulica do cimento.
Da mesma forma que nos solos, as imensas dimensões territoriais do nosso país faz com que a
diversidade dos agregados também seja grande, tornando-se muito importante a avaliação de suas
propriedades, que são regidas pela norma
NBR 7211
- Agregados para concreto
(ABNT 1983)
. De
maneira geral, se um determinado agregado pode ser empregado em concreto convencional, ele
poderá ser utilizado para os pavimentos industriais; as exceções são apresentadas nos itens a seguir.
Os agregados podem ser classificados como naturais, quando não necessitam processo de bene-
ficiamento, caso das areias e seixos rolados e os artificiais, como a pedra britada. Sob o ponto de
vista de granulometria, os agregados podem ser subdivididos em miúdo e graúdo; no primeiro caso,
denominado areia, a dimensão máxima característica é de 4,8 mm e para os graúdos, aqueles que
apresentam partículas acima dessa dimensão.
Agregados miúdos
Uma grande parcela da areia empregada no Brasil é natural, extraída de rios ou de cavas (depósitos
naturais), mas com a nova legislação ambiental, cada vez mais tem-se procurado empregar as arti-
ficiais, oriundas do processo de britagem de rochas estáveis. Quanto a granulometria, as areias clas-
sificam-se em quatro faixas, indicadas na
figura 3.3 (ABNT, 1983)
.
O agregado miúdo apresenta forte influência sobre a trabalhabilidade do concreto: no caso do
emprego de material muito fino, isso irá facilitar as operações de acabamento e a exsudação do con-
creto estará melhor controlada, mas haverá incremento na demanda de água do concreto, o que
implica em dizer em aumento da retração hidráulica. Há também indícios que areias muito finas pos-
sam favorecer o fenômeno da delaminação, embora não haja comprovação científica desse fato.
No outro extremo, a adoção de areias grossas dificultará o acabamento, tornando a mistura áspera,
de baixa trabalhabilidade e favorecerá a exsudação do concreto, muito embora possa ocorrer
redução do teor de água do concreto. Areais artificiais costumam produzir o mesmo efeito, e em
função disso geralmente são dosadas em conjunto com areais naturais finas, que irão suprir a defi-
ciência de finos.
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