REVISTA CONCRETO
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PAVIMENTOS DE CONCRETO
problemas de empenamen-
to. A causa do aparecimento
nesta região é função da de-
formação que a placa está
sujeita, cerca de sete vezes
maior que a que ocorre no
centro da placa.
Como o solo está
mal compactado, sofre de-
formação plástica e a placa
acaba perdendo apoio até
que a soma das deforma-
ções plástica e elástica do
solo acaba excedendo a
admissível do concreto,
ocorrendo a ruptura; outra
manifestação patológica
da compactação inadequada é a fissura presente
em corredores de estanterias, onde o subleito sob
carregamento deforma-se, gerando um momento
negativo na área descarregada.
Para as areias, não é mais válido o conceito
de compactação, mas sim de compacidade e seu
adensamento é medido pelo índice de compa-
cidade, sendo o valor de 75% satisfatório para
a maioria dos casos; uma particularidade desses
materiais, quando puros, é que mesmo depois
de adensados, a superfície apresenta-se fofa, em
função do natural inchamento da areia e nestes
casos, deve-se, antes da execução da sub-base,
agulhá-la com material granular bem graduado,
como as britas 2 ou 3, empregadas na confecção
de concreto.
Outro aspecto importante do preparo do
subleito é a capacidade de suporte, representada na
maioria das vezes pelo Índice de Suporte Califórnia
(CBR) ou Coeficiente de Recalque
k
. Pelo menos um
desses valores deve estar especificado em projeto e
deve-se verificar se o subleito em questão atende a
esses parâmetros. O CBR e
são propriedades cor-
relacionáveis e disponíveis na bibliografia e como
o primeiro é de determinação bem mais simples e
com custos mais reduzidos, acaba sendo a preferida
nas especificações.
As argilas, exceto as excessivamente plás-
ticas, apresentam valores de CBR adequados para
os pisos industriais. Os siltes muitas vezes acabam
apresentando expansão excessiva como material
de subleito (acima de 2%), merecendo nesses
casos tratamentos específicos, como o emprego
de misturas de material granular – solo-brita
– ou tratamentos químicos – com cal, cimento
ou outros estabilizantes químicos – para controle
da expansão.
Solos granulares, constituídos por areias e
pedregulhos de graduação densa, onde os grãos
apresentam granulometria contínua e finos sufi-
cientes para preenchimento dos vazios, apresentam
em sua maioria boa capacidade de suporte; já os
de granulometria aberta, com falta de finos, como
muitas areias e seixos, costumam apresentar suporte
baixo, merecendo maior atenção.
doviário norte-americano, na primeira metade do
século passado, constatando que a densidade seca
obtida em um ensaio padrão, variava com o teor de
umidade da amostra, atingindo a máxima no que
se consagrou como umidade ótima, como pode-se
ver na figura 2.
A umidade ótima para um determinado
solo varia em função da sua energia empregada
na compactação e a sua padronização é feita pela
NBR 7182, definindo três níveis: normal, modifica-
da e intermediária. A energia normal, identificada
como PN – Proctor Normal, é empregada para solos
plásticos, como os siltes e as argilas, enquanto que
a modificada é regularmente empregada para solos
granulares, como os pedregulhos e britas graduadas.
A energia intermediária é reservada para alguns ca-
sos especiais, não sendo freqüentemente empregada
nos pisos industriais.
Solos grossos com distribuição granular con-
tínua tendem a fornecer valores mais elevados de
densidade seca máxima, algo em torno de 2t/m³ (os
grãos do solo têmmassa específica absoluta próxima
a 2,6t/m³); à medida que vão se tornando mais finos,
a densidade seca máxima vai diminuindo, enquanto
a umidade ótima vai aumentando, tornando muitas
vezes possível prever o tipo do solo com base na sua
curva de compactação.
Na compactação de solos, o controle em
campo é feito empregando o Grau de Compactação
(GC), que é a relação entre a densidade obtida em
campo e a máxima obtida em laboratório, multi-
plicada por 100. Os solos plásticos devem ser com-
pactados a pelo menos 95% da energia do proctor
normal, sendo o valor 98%mais adequado. Deve-se
observar que a escala do grau de compactação não
é linear, podendo muitas vezes gerar enganos na
interpretação; por exemplo, grau de compactação
de 85% é praticamente solo solto e quando são
atingidos valores ao redor de 90% ou 93%, ainda é
considerado mal compactado.
Patologias oriundas de solos com grau de
compactação baixo são uma das mais críticas que se
pode observar em pavimentos industriais, sendo de
difícil correção; geralmente os primeiros danos são
percebidos nos cantos das placas e por esse motivo
são muitas vezes erroneamente caracterizadas como
Figura 2:
Curva de compactação típica
1 3,4,5,6,7,8