Governança Corporativa em empresas de serviços 
O IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) tem a seguinte definição para o tema: 
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e 
incentivadas, envolvendo as práticas e os relacionamentos entre proprietários, conselho de 
administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa 
convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de 
preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a 
sua longevidade.”. 
Em uma primeira leitura, pode parecer algo aplicável somente a grandes corporações, mas a 
disciplina de Governança Corporativa é ampla e seus princípios e práticas podem ser aplicados 
em qualquer tipo de organização, independente do porte, natureza jurídica (3º setor, 
cooperativas, sociedades limitadas ou anônimas), estrutura de controle (definido, difuso ou 
pulverizado) e tipo de controlador (estatal, familiar, não familiar, estrangeiro ou institucional), 
ou seja, pode ser perfeitamente aplicada e se tornar muito útil em empresas prestadoras de 
serviços. 
Os princípios e práticas de Governança Corporativa garantem a segurança e confiabilidade 
para todos aqueles envolvidos com a organização, estabelecendo uma relação de confiança e 
envolvimento entre todos os públicos (sócios, colaboradores, clientes, investidores, 
fornecedores, associações de classe e órgãos reguladores) e contribuindo para o sucesso do 
negócio a longo prazo. 
Um modelo de Governança Corporativa, bem definido e transparente, permite que todos 
tenham uma visão clara sobre a forma como a empresa é administrada e sobre sua capacidade 
de sobreviver em um ambiente extremamente competitivo, além de mostrar às partes 
envolvidas que os princípios e práticas visam não só favorecer o interesse dos sócios, mas 
garantir a longevidade da empresa. 
Ao pensar em longevidade, é inevitável pensarmos também em sucessão e legado. Nas 
empresas de serviços, não é raro que uma mesma pessoa, ou um mesmo grupo de pessoas, 
exerçam simultaneamente o papel de investidores, sócios executivos, conselheiros 
administrativos, auditores internos e diretores. Não se trata de um modelo equivocado de 
gestão, mas sim de uma característica usualmente presente em empresas desse setor e, na 
maioria das vezes, vista com bons olhos pelas partes envolvidas, que enxergam a 
pessoa
 com 
quem tratam diretamente como um gerador de valores e potencial solucionador de 
problemas.  
Porém, é importante que as partes envolvidas enxerguem também a capacidade de 
continuidade de geração de valores e solução de problemas que a 
empresa
 tem. A prática da 
boa Governança Corporativa indica que, para assegurar a longevidade, a empresa deve ter um 
plano de sucessão definido e constantemente atualizado, tendo como sucessores 
pessoas
adequadas e engajadas à Missão, Visão e Valores da empresa e que possam futuramente 
preparar novos sucessores.  
Havendo um Plano de Sucessão em uma empresa de serviços, na qual o quadro societário 
atual concentra poder e acumula funções estratégicas, outros sócios são incorporados, sejam 
investidores ou herdeiros e, naturalmente, surgem conflitos de interesse e/ou se intensificam 
os já existentes. Neste cenário, a Governança Corporativa também busca equacionar as 
questões em benefício da empresa, prezando pela separação de funções e definição de papéis
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