Qual a diferença entre fissura e trinca?

Qual a diferença entre fissura e trinca?
21 de setembro de 2015 Artigos Técnicos Nenhum comentário

Sempre quando perguntamos qual a diferença entre fissura e trinca, escutamos uma piadinha como resposta, geralmente incluindo o termo rachadura na resposta, mas na realidade, o assunto é tratado em duas normas técnicas ABNT: NBR 9575 e NBR 15575 , exceto a tal rachadura. Vamos condensar as informações e ver qual delas é mais apropriada para os pisos, mas antes vamos definir o que é uma fissura ou trinca: é a separação completa ou incompleta do concreto ou argamassa, em duas ou mais partes, causadas pela quebra ou fratura do material (figura 1).

Segundo a NBR 15575 – Desempenho de Edifícios Habitacionais até 5 Pavimentos – Parte 2 (itens 3.7 e 3.9), as fissuras apresentam aberturas inferiores ou iguais a 0, 6 mm, enquanto as trincas – expressão coloquial – apresentam abertura superior a 0,6 mm. Já a norma NBR 9575, que trata de projeto de impermeabilização, é considerada fissuras quando a abertura é inferior a 0,5 mm e trinca entre 0,5 e 1 mm.

Figura 1: Fissura de retração do concreto

Na LPE damos preferência ao termo fissura que é tecnicamente mais adequado; em pisos, como não há restrições às movimentações, as fissuras podem aumentar a abertura expressivamente em alguns casos; isso ocorre principalmente quando a fissura está fazendo o papel de uma junta, por exemplo, quando uma junta foi cortada tardiamente e já havia aparecido uma fissura – muitas vezes ainda não visível (figura 2).

Figura 2: Fissura que está trabalhando como se fosse junta – neste caso apresenta grande abertura

Na realidade o que é mais importante é classificar o tipo de fissura, que pode ser quanto a sua atividade – fissuras ativas e não ativas, isto é, apresentam ou não movimentação – e aspecto, se as fissuras são geométricas ou aleatórias. Há ainda um terceiro tipo, a microfissura, que são visíveis quando o concreto está em processo de secagem, por exemplo, após uma lavagem, mas que são apenas superficiais, não penetrando mais do que alguns milímetros na superfície (figura 3).

 fig 3

 Figura 3: Detalhe de microfissuras


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