Instituto Brasileiro de Telas Soldadas
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Denominam-se cura do concreto todas as medidas tomadas para manter as condições de hidra-
tação do cimento, isto é, umidade e temperatura. Como regra geral, no Brasil são raros os perío-
dos de baixas temperaturas, e os procedimentos de cura acabam limitando-se apenas à ma-
nutenção da umidade.
A cura do concreto, além da resistência, está intimamente relacionada também ao problema de quali-
dade superficial. Ela pode ser dividida em duas etapas no período de hidratação do cimento:
inicial
e complementar
.
Cura inicial
A cura inicial é a que é executada imediatamente às operações de acabamento do concreto, podendo
até mesmo iniciar-se de modo indireto após o adensamento. É no seu período que há maior influência
dos fenômenos de superfície e, diferentemente das estruturas, assume papel fundamental nos pisos.
Como manter a umidade ou, mais propriamente, evitar a evaporação da água de amassamento,
sem prejudicar ou danificar a superfície do piso é freqüentemente um exercício de criatividade e
dedicação do construtor, pois os procedimentos muitas vezes têm que principiar já após o adensa-
mento, evitando a ação do vento e da insolação.
Após o acabamento final, quando a superfície já não é tão frágil, isto é, já se encontra a meio cami-
nho do fim de pega, pode-se empregar meios diretos, como a aplicação de membranas de cura,
filmes plásticos e outros meios
(Yeager, 1986)
.
As membranas de cura são bastante empregadas, principalmente em áreas externas, devido fun-
damentalmente à facilidade de aplicação, aliada às baixas probabilidades de danos à superfície. São
emulsões à base de polímeros, notadamente o PVA, aliadas ou não a um corante, que, com a
secagem da água, formam na superfície um filme impermeável.
Os filmes plásticos, transparentes ou opacos, que são popularmente conhecidos por lona preta, são
instrumentos eficientes de cura, mas que exigem maior cuidado com a superfície, visto que podem
danificá-la na sua colocação; além disso, por não ficarem firmemente aderidos ao concreto, formam
uma câmara de vapor que, condensando, pode provocar manchas no concreto, principalmente se
ele for colorido.
As membranas de cura são menos eficientes do que os filmes plásticos, mas em compensação
podem ser aplicadas mais precocemente. Como intermediários, há os papeis impermeáveis, hoje
em dia pouco empregados em virtude do desenvolvimento dos polímeros que dão origem a filmes
plásticos leves e baratos.
Cura complementar
A cura complementar deve iniciar-se após o fim de pega do concreto, independentemente de terem ou
não sido aplicadas membranas de cura. Nesta fase, a cura do concreto não se restringe apenas ao
impedimento da evaporação, mas sim pela saturação com água da superfície concretada.
A sua execução é feita simplesmente com a colocação de materiais absorventes na superfície, que
já deve ter resistência suficiente para permitir o caminhar de pessoas. Periodicamente, procede-se
à sua saturação.
9.9 - Cura do Concreto
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