são moldados, transportados e armazenados e não queremos que falhas na produção desses corpos
de prova interfiram demasiadamente no julgamento do concreto.
Já o testemunho extraído do piso traz consigo outros fatores de natureza executiva, como no
lançamento, adensamento e cura do concreto, que podem influenciar na resistência final. Por
exemplo: em um pilar, o concreto pode ter se segregado e sua composição alterada; em um piso, a
exsudação pode ter alterado a relação de finos ao longo da espessura e alterado sua porosidade; a
vibração pode ter sido deficiente, deixando vazios ou segregando a mistura; a cura pode ter sido
falha. Todos estes são fatores que acabam por reduzir a resistência do concreto.
Portanto, teoricamente, um testemunho nunca terá a resistência do corpo de prova moldado e
curado em condições ideais. Quando isso não acontece, provavelmente deve ter ocorrido alguma
anormalidade no preparo ou na cura, ou mesmo na ruptura dos corpos de prova; ou seja, há uma
não conformidade nos ensaios de controle do concreto.
É muito comum haver o embate entre a obra e a concreteira quando um testemunho extraído não
apresenta a resistência esperada do concreto, pois o produtor alega que os outros fatores citados
podem ter promovido a redução do concreto – o que de fato pode ser verdadeiro – e eles,
infelizmente, não são fáceis de detectar.
Nem sempre a falta de cura pode ser facilmente identificada e a vibração deficiente, assim como
também nem sempre é óbvia, pois exige ensaios mais apurados, como a microscópica, para ser
detectada, procedimento não muito comuns em nosso país.
Há também as particularidades do ensaio com os testemunhos e um dos mais importantes para pisos
é a relação entre a altura e o diâmetro, que deve ser 2, como ocorre nos corpos de prova moldados
(30 x 15 cm ou 20 x 10 cm). Em pisos, isso não é tarefa fácil, pois a grande maioria apresenta
espessuras entre 12 e 16 cm.
Como o diâmetro do testemunho deve ser escolhido em função da dimensão máxima característica
do agregado graúdo, o valor mínimo acaba sendo de 10 cm para a grande maioria dos nossos
concretos.
Consequentemente, o resultado da relação h/d é quase sempre menor que 2, majorando o valor da
resistência obtida com relação aos corpos de prova padrão. Essa condição leva à necessidade do
emprego de fatores de correção que procuram trazer o valor da resistência obtida para o padrão.
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