Concretagem de pisos: qual a forma correta?

Concretagem de pisos: qual a forma correta?
24 de agosto de 2015 Artigos Técnicos Nenhum comentário

No passado distante, há uns 30 anos, era comum a concretagem do piso em damas, na qual eram concretadas placas alternadas, formando um tabuleiro do jogo de damas (Figura 1), que na sequência eram concretadas as placas intermediárias. A desvantagem do processo é que todas as juntas são de concretagem, que apresentam bordas mais frágeis e que necessitam ser tratadas com borda polimérica, quando há tráfego de equipamentos de rodas rígidas, como paleteiras e empilhadeiras, bastantes comuns hoje em dia. Além desse problema, a concretagem em damas apresenta baixa produtividade na execução e, por esses motivos, não é mais recomendado o seu emprego.

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Figura 1: Concretagem em damas – não recomendado

Concretagens em placas individuais são somente aplicadas para placas de grandes dimensões, com áreas de 600 a 900 m², no sistema denominado jointless, executadas com equipamento tipo Laser-screed. Hoje em dia, a concretagem dos pisos é feita em faixas (figura 2) com corte posterior das juntas serradas. Neste sistema, sempre incentivamos a redução das juntas de concretagens, transformando-as em juntas serradas, de modo a melhorar o desempenho do piso, pois como sabemos, as juntas de concretagens são mais difíceis e caras de tratar. Por exemplo, se um piso foi dimensionado com faixas de largura de 10 m e a execução é com Laser-screed, podemos concretar duas faixas simultaneamente e a junta de construção entre elas passa a ser uma junta serrada.

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Figura 2: Concretagem em faixas

Por esse motivo, nos projetos da LPE é indicado que as juntas de construção podem ser transformadas em juntas serradas, mas há uma restrição: não é permitido a concretagem da faixa formando um “L”, isto é, “dobrando” a faixa de 90o, como mostra a figura 3. Quando fazemos isso estamos criando um canto reentrante, igual aos formados nos pilares quadrados ou retangulares ou aberturas no piso, como caixas de passagem. No canto reentrante, o sentido de retração da placa é invertido e surgem tensões que tendem a formar uma fissura a 45o.

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Figura 3: Concretagem em L – não recomendado

É por esse motivo que são colocados reforços adicionais nessas regiões, para impedir o aparecimento dessas fissuras. Na concretagem em “L”, não há reforços específicos – e nem é possível colocá-los, pois travariam a junta – para combater a fissura e ela costuma aparecer. Mas a junta não é capaz de evitar o canto reentrante? Sim desde que ela seja serrada rapidamente, antes que a fissura apareça, operação difícil de garantir que será eficiente. Portanto, melhor evitar esse tipo de concretagem. 


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